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Escola Secundaria Tomaz Pelayo

domingo, 10 de julho de 2011

A pobreza

     
       No século XIX a pobreza era considerada como um fenómeno social estrutural, inevitável e cuja existência radicava nas características especificas dos indivíduos que viviam nessa situação. No entanto, apesar desta ideologia ainda não estar totalmente extinta nos dias de hoje, a realidade tem mostrado que a origem da pobreza parece estar, antes de mais, na própria sociedade.

       No interior dos países a distribuição dos pobres é desigual. Assim estes encontram-se geralmente em zonas rurais e nas periferias dos centros urbanos. Dentro destas populações existem grupos que sofrem mais deste fenómeno, nomeadamente as mulheres e as crianças. As mulheres, suportam privações diárias e condições de trabalho mais precárias do que os homens, tendo que realizar trabalhos domésticos e cuidar dos filhos. As crianças, a curto prazo, apresentam défices nas áreas da educação, da saúde, da nutrição e do desenvolvimento afectivo que, a médio prazo, as colocam em desvantagem no mercado de trabalho.

       Actualmente, assiste-se ao aparecimento de novas formas de pobreza, de acordo com a Comissão das Comunidades Europeias (1992), estimuladas por factores como:


  • o desemprego resultante da reestruturação dos sistemas produtivos.
  • a desaceleração da actividade agrícola.
  • a intensificação do racismo.
  • a redução do papel da família na sociedade.
  • o incremento dos fluxos migratórios das áreas menos desenvolvidas para as mais desenvolvidas.


       A pobreza é um fenómeno que se reveste de características bastante diversificadas consoantes as regiões, a forma de organização económico-social do país, a cultura dominante e o nível de desenvolvimento; isto por muitas vezes interfere no conceito de globalização, visto que por um lado veio melhorar o mundo, a tecnologia e retrair as fronteiras, por outro lado veio aumentar o desemprego que conduz à pobreza e exclusão social devido à constante competitividade.
       Apesar da pobreza mais severa se encontrar nos países subdesenvolvidos esta existe em todas as regiões.
       Nos países desenvolvidos manifesta-se na existência de sem-abrigo e de subúrbios pobres. A pobreza pode ser vista como uma condição colectiva de pessoas pobres, grupos, e mesmo de nações.
       A pobreza é um factor resultante da falta de recursos, isto é, resulta de uma escassez em determinados recursos, uma vez que leva a que o indivíduo não possa viver normalmente e esteja privado do seu bem-estar.

       Assim sendo, pode ser entendida em vários sentidos, principalmente:

Carência material; envolve necessidades da vida quotidiana como alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde. Pobreza neste sentido pode ser entendida como a carência de bens e serviços essenciais.

> Carência de rendimento ou riqueza; nomeadamente a falta de recursos económicos; a situação profissional do indivíduo pode também condicionar a sua economia.

> Carência Social; como a exclusão social, a dependência e a incapacidade de participar na sociedade. Isto inclui a educação e a informação. As relações sociais são elementos chave para compreender a pobreza pelas organizações internacionais, as quais consideram o problema da pobreza para lá da economia.

A Pobreza pode ser dividida em dois conceitos:

Pobreza Absoluta e Pobreza Relativa

Pobreza absoluta: refere-se às condições mínimas de sobrevivência; é definível, em termos quase idênticos, em qualquer lugar do mundo.

       A pobreza absoluta divide-se em:
          Pobreza primária: ocorre quando o rendimento permite apenas a manutenção, ainda que ao mais baixo nível.

          Pobreza secundária: ocorre quando o rendimento é suficiente para satisfazer as necessidades básicas, mas devido a má administração dos rendimentos, estas necessidades não são totalmente satisfeitas.

Pobreza relativa: baseia-se na confrontação com a realidade da sociedade em que o homem vive. Ocorre quando um indivíduo ou uma família tem o mínimo necessário para subsistirem, mas não possuem os meios necessários para viver de acordo com a área onde estão inseridos.

Exemplo:
       Por exemplo, na Itália, é pobre quem dispõe de um salário inferior à metade do salário nacional (quantia que em países do Terceiro Mundo pode ser até um sinal de riqueza).
       O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1 dólar por dia (PPP) e pobreza moderada como viver com entre 1 e 2 dólares por dia. Estima-se que 1 bilhão e 100 milhões de pessoas a nível mundial tenham níveis de consumo inferiores a 1 dólar por dia e que 2 bilhões e 700 milhões tenham um nível inferior a 2 dólares.


Ficheiro:HomelessParis 7032101.jpg

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