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domingo, 10 de julho de 2011

Abandono aumenta nos hospitais do País

O número de crianças vítimas de maus tratos e abandonadas em hospitais está a aumentar em Portugal, obrigando os menores a internamentos prolongados sem justificação clínica. Um fenómeno que, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde da Criança e Adolescente (CNSCA), encontra as suas principais razões no aumento dos fluxos de imigração e na subida da taxa nacional de desemprego.
         Não é um problema novo, mas «aumentou exponencialmente no último ano» com a entrada de «muitos imigrantes que vieram construir a Ponte Vasco da Gama e posteriormente os estádios», sustenta a presidente da CNSCA, que é também directora do serviço de pediatria do Hospital Amadora-Sintra. Em declarações à Lusa, Maria do Céu Machado lembra que, «agora que acabaram as obras públicas, os imigrantes foram ficando e vivem em condições socioeconómicas muito precárias». Mas também entre os portugueses, acrescenta, se verifica «um grande problema de desemprego. E quando aumenta o desemprego, aumentam os maus tratos». Uma relação de causalidade que, garante, é diariamente comprovada por quem está no terreno: «quando nos chegam crianças às urgências, ao preencher na ficha o campo da profissão dos pais é assustadora a quantidade de desempregados».
         Para ilustrar o aumento de situações de famílias em risco, Maria do Céu Machado refere que só nos primeiros dois meses deste ano apareceram no Amadora-Sintra «150 casos em que teve de se chamar a assistente social». Algumas crianças, adianta, ficam meses, por vezes anos, internadas por falta de vagas em instituições de acolhimento.



         Uma realidade que, sustenta a presidente do CNSCA, justifica que este organismo realize um estudo da situação actual, uma vez que o levantamento mais recente, feito pelo Instituto de Apoio à Criança, diz respeito ao último trimestre de 2001. Esse «estudo exploratório» abrangeu 19 hospitais com serviço de pediatria, onde foram identificadas 70 crianças em situação de internamento após alta clínica, entre as quais 36 raparigas. Metade dos menores nessa situação eram recém-nascidos e mais de um quarto tinha menos de um ano de vida. A média de tempo de internamento era de 62 dias, sendo que em alguns casos o período máximo chegou aos dois anos. 

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